segunda-feira, 7 de maio de 2012

Na aridez da dor

"Meus olhos vivem ardendo na aridez da dor. Não há água neles."

"A dor é a moenda com que se extrai o líquido poético da alma humana. Não pode haver a poesia, nem a arte, sem a dor, por que o ser humano guarda a dor lá no fundo, justamente onde residem a poesia, a arte."

"Pessoas acostumadas à dor chamam isso (emoção) de dor, por que isso faz a gente olhar pra dentro e ver a dor escondidinha lá. A dor é o sentimento que mais desperta emoção. Hoje em dia, as pessoas só se emocionam na dor... estão congeladas. Então, quando alguma coisa desperta a emoção, faz lembrar a dor, que é a que mais propicia emoção."

"As pessoas respondem aos problemas, de acordo com suas resistências. Banalizar a dor é patético. A dor está ali. Se o sujeito sente, e diz que dói, ele tem soberania sobre essa dor. Eu não posso chegar, e dizer que não dói tanto assim, entende? O que eu posso é tentar ajudar o sujeito a mudar sua relação com a dor, porque a dor atrai... a dor seduz... a dor aprisiona, e, mesmo depois que já se foi, continua."

Nada ajuda, se a gente ficar recursivamente re-registrando nossas perdas e dores. Reviver as dores das perdas não vai reafirmar vínculos, não vai nos situar. Apenas vai nos manter na aura de segurança daquilo que a gente conhece, mesmo que nos traga dor.”

O importante é você chorar. A lágrima é o solvente da dor.”

Muita gente está tão acostumada com a dor, que, quando ela acaba, sente falta. Se a dor vai embora, ela vai buscar a dor alheia. Para você ver como toda perda é dolorosa - até mesmo a da dor é. A questão é saber lidar com o desapego.”

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