domingo, 30 de setembro de 2012

Tempo, tempo, tempo...

Eu, no tempo, sou como um cego que caminha de braços abertos, num espaço desconhecido, tateando o ar, em busca de algo que o oriente, para que possa continuar a caminhada. Eu caminho no tempo, com minha mente espalhada, tateando as lembranças, em busca de algo que me oriente, para que eu possa continuar a viver.”

"Como o tempo deforma o que é matéria! Quando a gente vê um amigo de infância, a gente não reconhece... Se fôssemos cegos, a gente reconheceria."

Olha, todo dia, todo instante, tem um peso imenso sobre mim, pois vivo numa atitude recursiva de me entender sempre um pouco mais, de entender que sempre mais não me entendo. Cada vez mais, me dedico a esse passatempo desolador, mas ao mesmo tempo tão necessário a mim. E, por viver cada segundo sempre me observando de fora, acabo por nunca ser uma só, mas sim, várias. Porque, a cada dia, descubro que mudei sempre, mais ainda, que já não penso como ontem. Então, digo pra mim mesma: 'Sou a antítese de mim mesma'. Muitas vezes, a EU de hoje discorda e argumenta com a EU de ontem, que não tem chance de responder, pois já perdeu a vez de falar. Então, a EU de amanhã tenta fazer jus e chegar a uma ponderação, e só faz piorar, pois, fechando a dualidade dialética, constrói base pra EU de depois de amanhã discordar novamente. Sou extremamente dialética, portanto, não sou nada. Apenas estarei... ou, melhor, estou... quer dizer, estava...”

O tempo parece um trovão: quando a gente escuta o grito, ele já foi. Só com uma diferença: quanto mais distante, mais alto ele grita.”

Cada momento crítico desperta no ser humano, uma demanda diferente sobre o tempo - paralisar, retornar, acelerar, e retardar. Segurar alguém, durante uma queda, demanda necessidade de parar o tempo. Correr para impedir um atropelamento Em outras situações, o sujeito sente vontade, não de puxar o tempo pela capa, mas de pisá-la, de modo a imobilizar o tempo.”

"Não se iluda, meu caro: Não é você quem passa pelo tempo; é o tempo que passa por você, e não volta."

"Acabei de descobrir que o tempo compra todos os meus rascunhos, antes que eu passe a limpo. A minha memória me trai, por que vende tudo para o tempo."

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