quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Amores & paixões



“Muitos de nós sabemos (e precisamos) nos apaixonar sempre. Muitos de nós não sabemos (e fugimos) do amor. Mas o amor é o resíduo, que, existindo, vai persistir, depois da paixão. A paixão idealiza, o amor desvela; a paixão enfraquece nossa ferida narcísica, o amor nos fortalece, diante dessa mesma ferida; a paixão faz com que nos sintamos o máximo, o amor faz com que não sintamos necessidade de sermos o máximo; a paixão ameniza nossas pendências, o amor nos fortalece diante delas; a paixão faz com que a gente atribua ao outro, a razão do fracasso da relação, já o amor, faz com que nós atribuamos a razão do fracasso, à nossa própria condição humana.”

“Amor pode durar a vida inteira. Casamentos podem acabar.”

“O desejo se sai muito bem nos bastidores, mas, quando entra no palco, tropeça em tudo, deixa derramar coisas, e ainda se segura nas cortinas, com as mãos sujas, sem falar que arrota em público. Já a sedução é tão deliciosa, por que sabe se comportar, enquanto ouve as inspirações que o desejo sopra da coxia.”

“O dever me chama, mas o prazer me seduz.”

“Na relação a dois, tudo se estabelece em decorrência das escolhas de ambos - na guerra, na paz -, no ódio, no amor. Aqueles momentos da vida a dois são frutos da cumplicidade estabelecida pelo passar do tempo, pela marcha da vida. Muito pouco, ou nada, pode-se dizer que fora construído isoladamente por apenas um. Na convivência, o tempo é o ferro, os sentimentos, quaisquer que sejam, são a solda, e ambos fundem, de tal forma, essas duas criaturas, que não se distingue mais onde começa uma, nem onde termina a outra.”

“Você pode só amar, ou só desejar, uma pessoa. Pode também, amar e desejar a mesma pessoa. Mas serão sentimentos exclusivos entre si. Quando a gente prioriza o desejo, perdem-se os dois. Mas, infelizmente, essa é a nossa natureza: Seguir a trilha do desejo. E o desejo nunca leva à plenitude, e sim ao esvaziamento. O desejo é intenso, mas não é profundo. Já o amor ancora o sujeito.”

“Quando perdemos um amor (ou acreditamos que perdemos), mais do que a perda do amor, sofremos a perda de nós mesmos nesta pessoa.”

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