(à minha amiga vítima
da Síndrome do Pânico)
E agora?
O medo de morrer, os
suores frios,
As vertigens,
taquicardias,
Os tremores e
temores...
Eles se foram.
A morte, para a qual
tanto se preparou,
Não veio...
As embalagens de
remédio,
As sobras de Florais
de Bach,
As orações, os
amuletos, as simpatias,
Os cartões de
clínicas de emergência,
Os resultados de
eletrocardiogramas...
Joga-se tudo fora...
Mas as constantes e
repetidas
Despedidas e
providências escritas,
A cada momento, que se
acreditava ser o último,
Foram todas elas
vistas, revistas...
E vão ficar por aí,
em alguma gaveta, em busca de sentido.
Ou, quem sabe possam,
um dia, vir a ser realmente necessárias?...
( realmente?!)
Talvez, elas fiquem
como uma prova de veracidade
Daquilo que se espera
um dia acreditar
Ter sido um pesadelo.
Talvez, fiquem como
lembrança...
Pode ser que,
enquanto tudo acontecia,
Medo e sujeito tenham
se tornado cúmplices
E íntimos
companheiros....
Sendo assim, sujeito
não pode mais viver sem medo!
Mas que medo?
O medo?
O medo de sentir
medo?
O medo de não mais
saber reconhecer o medo?
O medo de que, com o
esquecimento,
Trazido pelo passar
dos tempos,
Não se possa mais
reconhecer no outro,
Traços daqueles ‘sentires’
um dia sentidos.
Medo de que, para não
mais sentir medo,
Tenha-se tornado
embrutecido,
E capaz de, como
tantos um dia o fizeram,
Banalizar a agonia
intermitente
Que é o medo do medo.
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