domingo, 4 de maio de 2014

Meu canto

Quando eu canto, todo o resto para. Só não para o meu coração, por acaso, a emoção da música."

A gente tem que inventar a determinação, nas coisas que faz. Se dependesse de mim, eu morreria cantando, porque eu sou uma cigarra. Mas, no mundo da vida prática, preciso me proteger de mim mesma, e dessa minha forma de ser. Então, inventei em mim, aquilo que preciso para sobreviver nessa realidade, que só me tragaria: a determinação! E ela precisa, e só pode ser policiada por mim mesma, pois, por mim, ela é forjada. E, por não ser natural e espontânea, devo ser aplicada nessa tarefa.”

Se a alma tivesse orgasmo, o gemido seria o cantar.”

"Tem músicas que não basta ouvi-las, nem cantá-las. A gente precisa segurá-las. Apertá-las. Abraçá-las. Cheirá-las. Comê-las. E, ainda assim, não basta. Retê-las é o que a gente quer. Mas elas fogem."

Numa madrugada insone, percebi que, assim como cantar, preciso escrever. Mesmo que ninguém ouça, mesmo que ninguém leia...isso tudo me assustou demais."

Como toda e qualquer egoísta, na dor, eu, em vez de cantar compulsivamente, ou atuar compulsivamente, eu fui eu, compulsivamente. E, como em todo filme que eu atuo, ninguém me suporta, quando eu sou eu, quando a minha dor sai pela porta certa, tropeçando na bebedeira do cativeiro.”

Descobri que meu corpo canta também.”

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