sexta-feira, 20 de março de 2015

O passado que está por vir

 “Somos o passado que está por vir.”

“Quando olho a foto de um amigo, penso: Eis a foto de um futuro antepassado. Quando olho minha foto, constato que, à revelia do tempo, eu também sou um antepassado. Oh, Deus, eu sou o pretérito do futuro!”

"Todo o passado é o máximo, até mesmo por que a gente já não corre mais o risco de ter de passar por ele."

"Muitos de nós se refugiam da vida em atalhos, para preservar o prazer da viagem, onde presente, passado e futuro convivem juntos, numa deliciosa mistura de tempos, onde ontem seremos o que fomos amanhã. Quisera eu crer na inexistência do tempo.”

“Lembrar o passado nunca é gratificante. Na melhor das hipóteses, é entorpecente.”

“A única coisa que você não pode modificar é o seu passado. É fato que ele te pertence. É certo que ele diz respeito somente a você. É evidente que é inalienável. Foi você quem construiu. Mas está irrevogavelmente em usufruto.”

“Disfarça. Olha pra trás. Teu passado te persegue. Tua história não te deixa em paz.”

segunda-feira, 9 de março de 2015

O sentido do sentir sem sentido

“Cá entre nós, acho que o sentir é o efeito do pensar, em nosso aparato emocional. Por outro lado, o pensar traduz o sentir. Não há sentir, se não houver pensar. Não há por que pensar, se não for para sentir. Ambos se constróem, se nutrem, se consomem, se destróem. Mas se mantêm vivos um ao outro.”

“O sentir surge, quando não mais damos conta do pensar. O pensar retorna, quando sucumbimos ao peso esmagador do sentir.”

"Cada momento crítico desperta no ser humano, uma demanda diferente sobre o tempo - paralisar, retornar, acelerar, e retardar. Segurar alguém, durante uma queda, por exemplo, demanda necessidade de parar o tempo. Em outras situações, o sujeito sente vontade, não de puxar o tempo pela capa, para que volte atrás, mas de pisá-la, de modo a imobilizá-lo."

“Eu gosto dessas coisas abstratas, dessas que ninguém vê, dessas que ninguém toca, mas dessas que todos sentem.”

“Há coisas que liberam o sentir da alma, e faz com que sintamos a alma como se fosse corpo, e faz-nos desaparecer o corpo, como se fosse algo imaterial... chegamos a perder consciência de sermos um corpo pensante. Adormece o corpo, e desperta a alma. Mas a alma se vê inadequada, para se ajustar às coisas que são do corpo, ou para o corpo. Começa, então, a dormência emocional... a alma precisa voltar à sua condição, e desistir da aventura, ficando sua experiência corpórea apenas no ‘quase’... e a gente escuta vindo de longe: - Acorda! parece que vive no mundo da lua! A verdade é que há coisas que fazem com que o corpo se atreva a ser alma, e a alma ouse ser corpo, e tudo isso é muito lisérgico.”

"Existe um sentido de percepção da vida que não se enumera de um a seis. Um sentido que só é conhecido por quem o experimentou, e, mesmo assim, impossível de ser descrito, por ser desintegrável, como os retalhos das cinzas que sobrevoam a fogueira, quando tentamos tocá-los.”

“O mais importante pra mim é sentir, e falar sobre esse sentir.”